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FACS

Neurociência para Negócios

O Estudo das expressões Faciais da Emoção

Legenda foto: FACS Manual 1971, Paul Ekman

Desde o século XIX encontramos estudos sobre a expressão facial da emoção. Em 1872, na obra “The Expression of the Emotions in Man and Animals”, Charles Darwin, apontou, pela primeira vez, para as expresses faciais como um elemento da evolução humano correlacionando tais expressões à processos psicológicos. De acordo com Darwin as expressões faciais teriam uma importante função evolutiva na medida em que estas serviriam para orientar a interação social entre os indivíduos, moldando assim seus comportamentos.


Todavia foi somente a partir do início da década de 1970 que uma investigação transcultural, realizada por EKMAN; FRIESSEN, mostrou que as pessoas poderiam reconhecer a emoção no comportamento facial de outras pessoas. O Estudo também mostrou que povos culturalmente distintos, incluindo culturas pré-letradas, concordaram que um conjunto básico de expressões faciais prototípicas estava associado a certas emoções.


Na década de 1970, a eletromiografia foi aplicada ao estudo do comportamento facial espontâneo e a atividade de diversos grupos musculares foi examinada em relação a um conjunto de variáveis psicológicas, tais como o diagnóstico em grupos psiquiátricos de avaliações do humor e, nos processos cognitivos e sociais. A aplicação da eletromiografia acabou por permitir, neste período, o desenvolvimento de esquemas de codificação observacional da face, dentre os quais o FACS.

1.1 – Sistema de Codificacao da Expressao Facial (Facial Action Coding System =FACS)

O Facial Action Coding System (FACS) proposto, denominado FACs, é um sistema abrangente, com base anatômica para medir todos os movimentos faciais visualmente discerníveis. FACS descreve toda a atividade facial visivelmente distinguível com base em 44 unidades de ação únicas (AUs), bem como várias categorias de posições e movimentos da cabeça e dos olhos (EKMAN; ROSENBERG, 2005).
Desta forma, o FACS é um instrumento que se usa para medir a contração de cada músculo facial – seja de forma isolada ou em seja de combinada associada a outros músculos e, por conseguinte, as expressões faciais. O papel principal do FACS é, portanto, o de se identificar de forma segura os marcadores do comportamento facial.

1.2 – O FACS como instrumento para identificar e medir emoções

Vários têm sido os estudos que se utilizam das expressões faciais para o estudo das emoções (IZARD, 1990;ADOLPHS et al., 1996; KNUTSON, 1996; KOELSTRA; PATRAS, 2013; GENDRON et al., 2014; CRIVELLI et al., 2016); KNUTSON, 1996; DIMBERG et al., 2000; ELFENBEIN, 2013; FREITAS-MAGALHÃES, 2013; KOELSTRA; PATRAS, 2013; GENDRON et al., 2014; CRIVELLI et al., 2016; dentre vários outros). De acordo com EKMAN; ROSENBERG (2005) Existem duas maneiras pelas quais o FACS foi utilizado para medir Emoções. A primeira maneira é um procedimento pós-codificação; A segunda maneira envolve a modificação real no processo de codificação do FACS.

Ekman e Friesen desenvolveram um sistema seletivo baseado em FACS para marcar expressões de emoções únicas chamadas EMFACS (EM = emoção). No EMFACS, o codificador usa códigos FACS, mas visualiza tudo em tempo real (enquanto o FACS regular permite a visualização quadro a quadro ou em câmera lenta). Além disso, o codificador EMFACS descreve apenas os eventos faciais que incluem AUs ou combinações de AUs que são “núcleo” para certas expressões de emoção.

Diversos tem sido os estudos que demonstram uso para o FACS. Desde as aplicações mais famosas como a identificação de mentiras, passando pela avaliação da resposta emocional de consumidores à comerciais, ao estudo da resposta emocional à mensagem política e como instrumento para medir a dor.

1.3 – Referencias

  • DIAS, Carlos Magno M. Propaganda eleitoral e Percepção do Eleitor. Estudo das diferenças emocionais em vídeos de propaganda política. MANUSCRITO. 2019.
  • DARWIN, C. On the Expression de Emotions in Man and Animals. Overland Park: Digireads.com Publishing, 2004.
  • EKMAN, P.; FRIESEN, W. V. Measuring Facial Movement. Environmental Psychology and Nonverbal Behavior, v. 1, n. 1, p. 56–75, 1976.
  • EKMAN, P.; FRIESSEN, W. V. Mensuring facial moviment whith the facial Action Coding System. In: P. Ekman (Ed.); Emotion in the human face. 2nd ed., p.440, 2013. Los Altos: Malor Books.
  • EKMAN, P.; ROSENBERG, E. L. What the Face Reveals: Basic and Applied Studies of Spontaneous Expression Using the Facial Action Coding System (FACS). Second Edi ed. New York: Oxford University Press, 2005.
  • EKMAN, P.; ROSENBERG, E. L. What the Face Reveals: Basic and Applied Studies of Spontaneous Expression Using the Facial Action Coding System (FACS). Oxford: Oxford University Press, 2012