Qual é a tarefa de um codificador de expressões faciais da emoção?
Os codificadores de FACS (Facial Action Coding System) descrevem todas as mudanças observáveis no movimento facial com base nas AUs – não cabe a eles identificar emoções. Isso quer dizer que os codificadores simplesmente indicam quais AUs se moveram para produzir as mudanças observadas na face. Os codificadores FACS baseiam-se na observação direta do movimento, bem como nas alterações observadas na morfologia facial; tais como, sulcos, vincos, protuberâncias da pele, etc., com o objetivo de inferir quais músculos se moveram.
Quaisquer interpretações feitas sobre o significado dessas mudanças na face só ocorrem após a codificação total. Codificar todo o movimento é fundamental, pois indica que a codificação FACS é bastante objetiva.
Os codificadores não precisam interpretar o que um determinado evento significa ou pode transmitir. O codificador simplesmente usa AUs para descrever os movimentos observados.
A maior vantagem do FACS está em sua natureza descritiva. Frequentemente os cientistas faciais referem-se ao conjunto de ações que ocorrem simultaneamente no rosto como “eventos faciais”, ao invés de chamá-los de expressões faciais. Isto porque os movimentos observados nem sempre expressam um estado emocional.
A tarefa do codificador FACS é monstruosa – descrever todos os eventos faciais em termos das AUs que o compõem. Recursos como a câmera lenta e a visualização quadro a quadro, sempre alternando com a visualização em tempo real, são necessários para a realização da codificação. Além de tudo isso, para garantir a precisão da análise é recomendo que cada segmento de vídeo seja analisado por pelo menos dois codificadores.
Em razão disso a codificação FACS é muito demorada. Cada minuto de um vídeo com eventos faciais demanda pelo menos 100 minutos de trabalho. O tempo exato pode variar conforme a quantidade e complexidade dos eventos faciais.
No próximo post vou falar um pouco sobre vantagens e desvantagens da codificação automática de expressões faciais.
Referências: